EDUCAÇÃO
MUNDIAL AGONIZANTE
O sistema Educacional Mundial está agonizante porque não contempla as
funções mais complexas da inteligência trazendo conseqüências gravíssimas para
a psiquiatria e para a psicologia fomentando a produção de transtornos psíquicos;
para própria educação estimulando a formação de repetidores de informações, e
não de pensadores.
Para as ciências políticas, este sistema vem promovendo a corrupção, o egoísmo,
o egocentrismo, a necessidade neurótica de poder. Para a evolução da nossa
espécie este sistema educacional vem promovendo disputas irracionais, fundamentalismo
político e religioso, fragmentação da humanidade e a inviabilidade a longo
prazo. Essas afirmações são feitas pelo psiquiatra Augusto Cury, em seu livro
intitulado Ansiedade: como enfrentar o mal do século: a Síndrome do Pensamento Acelerado
(SPA).
Segundo ele, é vital é importante, é urgente educar a emoção e formar
pensadores. Diz ele que a escola deve ser um complemento à educação
familiar, e para isso os professores precisam saber educar a emoção, aprendendo
a trabalhar as funções mais importantes da inteligência procurando formar
pensadores, e não repetidores de informações. Pensadores filtram o que ouvem;
repetidores de informações obedecem às ordens, têm baixo nível de consciência
crítica e autonomia.
Para Cury, os professores são os profissionais mais importantes e
desvalorizados da sociedade. Alerta que o sistema educacional mundial está
agonizante, moribundo, formando alunos imaturos e despreparados para ser
líderes de si mesmos numa sociedade digital. Segundo ele, este sistema
educacional entulha os alunos com milhões de dados sobre o mundo objetivo e não
trabalha sistematicamente as funções do Eu no mundo subjetivo.
Pergunta ele: o que eles fazem com as vaias e os vexames?com os desafios
e as frustrações? E com as lágrimas e traições, ou com os fantasmas alojados no
inconsciente? Como mapeiam a psique? Como reciclam as necessidades neuróticas?
Como desaceleram e desentulham a sua mente? Como desarmam as janelas Killer?
Quando acertam, fazem-no intuitivamente, pois não foram educados para gerir a
mente. O Eu, na educação clássica, não é organizado, treinado, equipado para
ser gestor psíquico.
Torna-se um realizador de tarefas, pretensões, desejos: “Eu faço, eu
farei”,” Eu desejo, eu desejei, eu desejarei”. Quando muito, esse Eu desenvolve
consciência crítica e identidade. Mas suas mais de vinte funções vitais
ficam quase intocadas. É um Eu imaturo, serviçal, sujeito a obedecer
a ordens, sem consciência dos seus papéis essenciais e, portanto, sem
condições de ser gestor da mente, piloto da aeronave mental, diretor do
script da sua história.
Segundo ele, os currículos deveriam ser reciclados de modo a contemplar
o desenvolvimento do Eu e suas funções vitais. É preciso que os alunos aprendam
a lidar com as intempéries da vida, com os conflitos sociais e emocionais e
aprendam prioritariamente a tomar decisões inteligentes em situações de risco. Vivemos
numa sociedade globalizada, urgente, rápida e ansiosa. Nunca as pessoas tiveram
uma mente tão agitada e estressada. Paciência, tolerância a contrariedades já
não fazem mais parte do dia-a-dia das pessoas. Estão se tornando artigos de
luxo.
Não temos paciência para esperar as coisas acontecer e se concretizar. Uma
simples demora ao iniciar o computador é o bastante para muitas pessoas se irritarem.
Quando as pessoas não se dedicam a atividades interessantes, prazerosas, elas
facilmente se angustiam. Raramente vemos pessoas contemplando as flores nas
praças ou jardins. Raramente vemos pessoas sentadas para dialogar nas suas calçadas,
varandas ou sacadas.
Estamos na era da indústria do entretenimento e, paradoxalmente, na era
do tédio. É muito triste descobrir que as maiorias dos seres humanos de todas
as nações não sabem ficar só, se interiorizar, refletir sobre as nuances da existência,
se curtir, ter um autodiálogo. Essas pessoas conhecem muito das redes sociais, mas
raramente conhecem alguém a fundo e, o que é pior, raramente conhecem a si mesmos.
O mal do século não é como muitos pensam a Depressão.O mal do século é a
Síndrome do Pensamento Acelerado(SPA)..
Para Augusto Cury pensar é bom, pensar com lucidez é ótimo, porem pensar
excessivamente é uma bomba contra a saúde psíquica, o prazer de viver e a criatividade.
Para ele não são apenas as drogas psicotrópicas que viciam, mas também o
excesso de trabalho intelectual, de informação, de atividade, de preocupação, de
uso do celular. Você vive atualmente esses excessos? Cuidado! Todos eles levam
a mente humana ao mais penetrante de todos os vícios: o vício de pensar. Afirma
ele, que muitos entre os melhores profissionais padecem desse mal; são ótimos
para sua empresa, mas carrascos de si mesmos.
Cury diz que é de fundamental importância aprendemos a desacelerar os
nossos pensamentos e a gerenciar nossa mente para que não adoecermos futuramente.
Para ele a educação conteudista estressa os professores e seus alunos. E, para piorar,
compromete a criatividade e a saúde emocional. Qualquer pessoa, por mais leiga
que seja sabe que uma máquina trabalhando continuamente, em alta rotação, dia e
noite, corre o risco de aumentar a temperatura e fundir suas peças. (bater o
motor). Nós seres humanos devemos ter consciência de que pensar exageradamente
e sem nenhum autocontrole é uma fonte de esgotamento mental.
Relatamos a seguir alguns sintomas relacionados com a SPA: I- Ansiedade,
II - Mente inquieta ou agitada, insatisfação, cansaço físico exagerado; acordar
cansado, V- Sofrimento por antecipação, VI- Irritabilidade e flutuação emocional;
impaciência, VII- Dificuldade de desfrutar a rotina(tédio),VIII- Dificuldade de
lidar com pessoas lentas,IX- Baixo limiar para suportar frustrações,X- Dor de
cabeça,XI- Dor muscular,XII- Outros sintomas psicossomáticos(queda de
cabelo,taquicardia,aumento da pressão arterial,etc.),XIII- Déficit de concentração,
XIV- Déficit de memória, XV-Transtornos do sono ou insônia.
Segundo o autor quem tem pelo menos três a quatro desses sintomas deve
mudar rapidamente seu estilo de vida. Para o psiquiatra o excesso de informação
é a principal causa do SPA. Sabemos que no passado o número de informações
dobrava-se a cada dois ou três séculos; hoje se duplica anualmente.
Paulo James Queiroz
Martins
Professor e Técnico
em Educação.